"Killing Ball" - um filme sobre pessoas que decidiram aceitar seus problemas físicos

"Killing Ball" - um filme sobre pessoas que decidiram aceitar seus problemas físicos

Como você pode lutar pela vitória mesmo em uma cadeira de rodas?

Os canadenses inventaram um esporte de contato chocante que chamaram de “murderball” em inglês. No momento é chamado de rugby quádruplo. O esporte é praticado por pessoas que perderam os quatro membros devido a doenças. Eles competem em cadeiras de rodas blindadas especialmente projetadas. Esses homens podem ter dificuldade para calçar os sapatos, abrir uma caixa de pizza ou apertar as mãos com força, mas jogam sem capacete, com uma coragem tremenda, e muitas vezes acabam de cabeça para baixo no chão. Para o jogo em questão, os diretores Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro decidiram fazer um documentário em 2005, com o mesmo nome “Murderball”.

Junto com o produtor Jeffrey Mandel, os cineastas se concentram em dois antagonistas – um da seleção americana e outro que treina a seleção canadense – enquanto se enfrentam na Copa do Mundo de 2002, na Suécia, e depois nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. Há muita ação, retratos pessoais e cenas comoventes neste documentário emocionante.

Um dos jogadores compartilhou que a mente se torna uma deficiência quando se apega à ideia de voltar a andar, o que é impossível. Portanto, o pensamento dos jogadores “matadores” está relacionado apenas à vitória, que só é alcançada por meio de determinação feroz e disciplina rígida.

Mark Zupan é um dos mais bem-sucedidos da seleção americana e passa a ser o porta-voz da equipe. Ele é um gladiador musculoso que vive para praticar esse esporte. Enquanto ele dorme em um carro, seu melhor amigo Christophe Aigou bate no veículo e Zupan fica permanentemente aleijado. Por culpa, Aigou não aparece na reunião de turma, mas Zupan o convida para ir à capital grega para os Jogos Paraolímpicos.

Em uma das melhores cenas, Zupan visita um centro de reabilitação onde um ciclista entusiasta que sofreu uma lesão na coluna se inspira a voltar ao esporte jogando rugby fours. Seu ânimo melhora visivelmente quando ele usa a cadeira de rodas blindada especial.

O técnico do principal adversário dos Estados Unidos é Joe Soares. Ele é um americano cortado da seleção de seu país e determinado a seguir para o norte para liderar a seleção canadense. Soares já foi chamado de traidor por ex-jogadores que jogaram sob seu comando, mas isso não o incomoda. O treinador é obstinado e sente imenso prazer quando o Canadá vence a final da Copa do Mundo, encerrando uma seqüência de 11 anos de derrotas consecutivas.

Soares tem muito mais drama e tem a ver com problemas em casa. Seu filho de 12 anos não se interessa por esportes e, em vez disso, busca a aprovação do pai para suas habilidades acadêmicas e talentos musicais. Soares tem um ataque cardíaco, a partir do qual passa a compreender melhor o filho e os outros. Alguns de seus parentes chamaram o golpe de “presente de Deus”.

Talvez o retrato mais emocionalmente envolvente neste documentário seja o de um atleta da equipe dos EUA que não tem pernas e apenas braços protéticos. Ele diz de forma pungente: “Usamos tudo o que podemos para passar pela vida”.

Killing Ball é um filme sobre cadeiras de rodas que o levará a lugares onde você nunca esteve antes e lhe dará a chance de conhecer algumas personalidades extraordinárias.