"Blue Pawns" - O dilema de um treinador de basquete universitário

"Azul peões”- o dilema enfrentado por um treinador de basquete universitário

Como você consegue ter sucesso com um filme de esportes que se destaca significativamente dos demais?

Uma equipe no papel de azarão recebe ajuda adicional de um jogador ou treinador talentoso para subir de baixo ao topo, vencendo o campeonato da maneira mais difícil e completamente irreal, e os resultados alcançados parecem mais do que estranhos. É um enredo que podemos encontrar em dezenas de filmes de esportes. Mesmo em alguns dos melhores deles. Precisamente pelo facto de “Blue Chips”, ou “Sini Pionki” traduzido para o búlgaro, se destacar, é um dos filmes de qualidade que fala de desporto. A diferença vem principalmente da tentativa de fazer com que os resultados dos encontros sejam relativamente justos e pareçam reais para quem entende do jogo.

Blue Pawns conta a história de um treinador de basquete universitário que é forçado a comprometer seus princípios para manter seus jogadores mais importantes para que o time seja competitivo.

Pete Bell, interpretado por Nick Nolte, é o técnico do time da Western University que está passando por uma temporada de pesadelo. Após uma década de triunfos consistentes, sua equipe está prestes a terminar com uma relação de vitórias e derrotas negativa. Isso acontecerá pela primeira vez sob sua liderança, e o motivo não é outro senão a falta de talento e qualidade dos jogadores dos Dolphins. É por isso que a perspectiva de atrair novos concorrentes parece ser a única opção possível para salvar a campanha. No papel das três adições Neon, Butch McRae e Ricky Rowe estão nomes famosos da National Basketball Association como Shaquille O'Neal, Anfernie Hardaway e Matt Nover. Extremamente populares na época, década de 1990, eles trazem ainda mais sensação de autenticidade ao filme.

Cada um deles gosta muito da universidade e quer ajudar o time de basquete com suas habilidades, mas dois querem colocar algo por baixo da mesa que vai contra os princípios do treinador Bell. Porém, ele está enfrentando sua temporada mais difícil e deve pensar que os carros e o dinheiro que a Western University pode fornecer valem a pena e, na verdade, esse é o preço que deve ser pago para salvar a temporada de “The Dolphins”.

Talvez a melhor decisão tomada pelo escritor Ron Shelton e pelo diretor William Friedkin seja focar na ação fora da academia e não tanto nos resultados da equipe. É esse foco em algo diferente, na ação que na maioria das vezes permanece escondida do fã médio de basquete, que diferencia Blue Pawns de tantos filmes lançados na época. Ao final, há uma grande oposição, mas o basquete fica à margem para evidenciar um problema muito mais sério.

Aqueles que esperam ver Shaq jogar lindamente ficarão desapontados. Sim, a estrela da NBA tem algumas cenas para mostrar tudo o que vimos na vida real, mas sua falta de habilidade de atuação é evidente. Muito mais impressionante é Nick Nolte, que traz uma energia próxima da loucura. Não demora muito para descobrir que o treinador Bell foi inspirado em Bobby Knight, do Indiana Pacers, que também faz uma breve aparição no filme.

Blue Pawns é repleto de humor sutil e irônico que agradaria a muitas pessoas, e certamente não é muito brega ou exagerado. Mesmo na conclusão do filme, há uma paródia engraçada dos acontecimentos que aconteceriam com os personagens baseada na realidade.

Quanto aos momentos puros do jogo, são extremamente bem executados e captam a sensação dos jogos universitários. A presença de estrelas da NBA eleva o nível de intensidade na quadra. Shaq e Penny Hardaway são definitivamente eletrizantes com a bola nas mãos.

No geral, Blue Pawns atrairia muito os fãs de basquete e não tanto para as pessoas indiferentes ao esporte. Ao abstrair de todos os momentos do jogo, de todas as cenas das partidas, este filme conta uma história que não exige muita compreensão do que está acontecendo no chão. O tema de lidar com as consequências dos próprios atos é absolutamente universal e aliado aos momentos esportivos, torna-se algo muito gostoso de assistir na telona.