O décimo nono Vencedor da Bola de Ouro - Johan Cruyff
Um terceiro Ballon d'Or recorde para a maravilha da Holanda em 1974
Apesar das incríveis conquistas do futebol alemão, que incluíram um título mundial para a Alemanha Ocidental e uma primeira Taça dos Campeões Europeus vencida pelo Bayern de Munique, mais uma vez o incrível Johan Cruyff ganhou a Bola de Ouro em 1974. Pelo segundo ano consecutivo e pelo terceiro ano nos últimos quatro, Cruyff é o jogador número 1 do Velho Continente. Já como jogador do Barcelona, estabeleceu um novo recorde, melhorando a conquista de Alfredo Di Stefano, que foi o único antes dele a ter dois prêmios semelhantes.
O futebolista holandês finalmente tem uma competição séria no ranking, onde volta a somar 116 pontos, como no sucesso de 1971, mas Franz Beckenbauer também atingiu o seu auge. O zagueiro do Bayern de Munique e da Alemanha Ocidental permanece a apenas 11 pontos do primeiro colocado da classificação. Apenas em terceiro lugar está Kazmiej Dejna, que teve um desempenho extremamente bom nas finais mundiais, vindo do terceiro lugar nos campos da Alemanha Ocidental - Polônia. O meia-atacante do Legia Varsóvia soma apenas 35 pontos.
Um total de 26 jornalistas de países membros da UEFA têm direito a voto e cada um deles votou em Cruyff. 15 são primeiros colocados, 9 segundos, um terceiro e um quarto, totalizando 116 pontos para o atacante do Barcelona. Segundo 10 dos eleitores, Beckenbauer deveria ser o vencedor, 13 pessoas o deixam na segunda posição e uma na terceira. Segundo dois, ele não merece estar entre os cinco primeiros. É interessante que um dos primeiros lugares vai para Gerd Müller, que está novamente entre os artilheiros, mas permanece apenas em sétimo lugar na classificação da “Bola de Ouro”. Depois do polonês Dayna, estão no ranking Paul Breitner do Bayern de Munique com 32 pontos, Johan Neeskens do Barcelona com 21 e Grzegorz Lato com 16. O atacante do Stal Mielec também é o artilheiro da Copa do Mundo com 7 gols.
Porém, como Kroy consegue superar campeões europeus de clubes, campeões mundiais, artilheiros e jogadores cujas equipes têm muito mais sucesso que o Barcelona? A resposta está em seu desempenho nos gramados da Espanha e também da Alemanha Ocidental, onde jogou pela seleção nacional na final perdida para os anfitriões desta Copa do Mundo. Com a braçadeira de capitão no braço, Cruyff tem estado fantástico desde a primeira fase de grupos, e as “Tulipas” conquistaram duas vitórias, uma das quais sobre a Bulgária, além de um empate. No segundo grupo, a Holanda enfrenta Argentina, Alemanha Oriental e Brasil. Mesmo contra os argentinos, Cruyff brilha com dois gols – o de abertura e o de 4 a 0 final. Seguiu-se outra vitória fácil, desta vez por 2 a 0 sobre a Alemanha Oriental, após a qual os brasileiros ficaram de joelhos diante de Neeskens e Cruyff, que marcaram os dois gols da equipe de Rinus Mikels. A Holanda está na final e todos esperam que os dois melhores jogadores das "Tulipas" derrotem a favorita e anfitriã Alemanha Ocidental, e embora Neeskens tenha marcado aos dois minutos de grande penalidade, Paul Breitner e Gerd Müller dão a reviravolta e a Alemanha segundo título mundial. No entanto, Cruyff continua a ser um dos jogadores mais impressionantes deste campeonato e muitos acreditam que em breve alcançará um sucesso significativo a nível nacional.
Com o Barcelona, o holandês não jogou na primavera na Europa, onde o Bayern de Munique triunfou no KES, e Gerd Müller foi o artilheiro com 8 gols. O Barça está fora e da segunda competição mais poderosa do final de 1973. No regresso ao torneio de maior prestígio, porém, o campeão espanhol é intransigente e chega rapidamente à terceira eliminatória. Campeões com 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado Atlético de Madrid, os catalães parecem completamente diferentes em seu elenco com Cruyff e no verão contratando Neeskens para se tornarem um terror também na Europa.
Johan Cruyff entrou para a história para sempre, tornando-se o primeiro jogador a ganhar 3 Bolas de Ouro com duas equipes diferentes. Apesar de não ter muito sucesso a nível de clubes e a nível nacional, o que o holandês está a fazer é inédito no futebol até ao momento. As suas capacidades técnicas são descritas como estranhas e a facilidade com que joga é ainda mais impressionante. Sua velocidade e vontade de contribuir para o sucesso de sua equipe, mais do que marcar gols, fazem dele uma classe humilde e irreal.